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Dicas do Cirurgião Plástico

Por Dr. Roberto Arnold - Cirurgião Plástico - CREMERS: 9538

PEELING

Peeling , na área da estética e cosmetologia, é um recurso que se utiliza para renovar as camadas superficiais da pele. O nome, hoje incorporado ao diálogo da beleza é um anglicismo (palavra derivada da sua correspondente em inglês, neste caso, em particular, sem nenhuma modificação, ou seja, em inglês é peelig também), originada do verbo “to peel” e significa descascar.

Todos sabem que a pele é composta de diversas camadas, sendo a mais superficial, a que está em contato com o meio ambiente, constituída por celulas mortas e material córneo enquanto a camada mais profunda, em contato com o interior do nosso corpo, é a camada basal em grande atividade reprodutiva e de onde se originam novas células para uma permanente e imperceptível renovação  de nossa pele.

 

Ficará mais fácil compreender o peeling se fizermos a analogia com as queimaduras. Desta forma, uma queimadura solar, dita queimadura de primeiro grau, é uma queimadura superficial, muito dolorosa, de rápida resolução, que resulta – durante seu processo de cura- numa descamação justamente porque a queimadura se limita às camadas mais externas da pele e, porisso, não deixa cicatrizes. A queimadura por água fervente , costuma levantar bolhas e deixar feridas, exigindo bem mais que uma semana para curarem e se diz ser uma queimadura de segundo grau. Por ser bem mais profunda, sua cura depende dos anexos da pele tais como folículos pilosos e glândulas de suor e de gordura. Sua cura, no entanto, também não costuma deixar cicatrizes e resulta uma pele viçosa, com aparência rejuvenescida, mas, conserva durante bastante tempo a alteração de cor, sendo uma pele mais avermelhada. Já as queimaduras de terceiro grau, destroem toda a espessura da pele, não se regeneram  espontaneamente num curto espaço de tempo e deixam cicatrizes inestéticas ou, pior, seqüelas funcionais.

 

Observando a reação da pele a este tipo de lesão, e vendo que nas lesões superficiais o aspecto e o tônus da pele se assemelhavam a uma pele rejuvenescida, pensou-se em provocar estas lesões, de forma controlada, a fim de promover um “descascar” (peel ->peeling) intencional, com a finalidade cosmetológica. Assim surgiu o peeling. Como se fora a casca de um pêssego maduro,  o que se pretende é puxar, remover, retirar (descascar) uma camada superficial da pele e provocar uma regeneração forçada.

 

Desta forma fica fácil entender que há várias possibilidades para aquilo que adquire um único e mesmo nome: peeling. Pode ser mais profundo ou mais superficial, mais doloroso, ou menos, levar mais tempo para surtir efeito ou menos, finalmente: ser mais arriscado ou nem tanto e assim por diante.

Há diversas maneiras de se provocar esta lesão controlada; em geral, este resultado se obtém aplicando um produto químico, um ácido, provocando uma queimadura química controlada. Despendendo da qualidade do produto aplicado, tempo de exposição, concentração e outras variáveis, o efeito pode ser mais ou menos intenso. O mesmo resultado pode ser alcançado, também, com uso de métodos mecânicos, o que seria como lixar a pele ou métodos físicos, com uso de raio laser, por exemplo. Usar o raio laser nada acrescenta ao resultado: é, apenas, uma maneira de se obter o mesmo resultado que poderia ser obtido de outras maneiras.

 

O procedimento implica em riscos específicos, tais como:

1) Reações individuais que alteram o comportamento da pele, tornando  a descamação fora de controle,

2) Alteração na cor da pele, definitiva, após a cicatrização, 3)cicatrizações defeituosas, etc.

 

Quando se fala em peelig, aplicado em salões de beleza e sem acompanhamento médico, estamos falando de uso de produtos ou métodos que exfoliam apenas a camada córnea da pele, sem maiores riscos para o paciente, mas, em contrapartida, de muito pouca efetividade (resultado). Os peelings ditos “cirúrgicos” são realmente profundos, reproduzem uma queimadura de segundo grau superficial, geram uma lesão que é dolorosa até a sua cura, demoram de uma a duas semanas para estarem cicatrizados e trazem consigo uma taxa de risco mais elevada; durante este período o aspecto da paciente não é exatamente agradável e logo após a cura, a pele é bastante avermelhada; são bastante efetivos estes peelings e exigem afastamento da exposição solar.

 

Para um tratamento médico exfoliante da pele, procure um profissional qualificado. Além de colher informações por recomendação junto a seus relacionamentos, outras fontes de consulta indispensáveis são a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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