O ser humano, reunido em sociedades cosmopolitas, tende a esquecer seus vínculos com a natureza. Inconscientemente, no entanto, procura voltar sempre que pode: basta ver a insanidade que ocorre no trânsito num final de semana prolongado em busca da serra, do litoral, do interior, enfim, da reconexão com a natureza. Este ciclo depende de nossa disponibilidade, tempo e capacidade financeira; vontade, no entanto, todos temos.
Os processos bioquímicos fisiológicos, no entanto, independem de nossa vontade e ocorrem a revelia de nossa intervenção; acompanham os ciclos da natureza à qual nós pertencemos e de nossa própria natureza (particularidades individuais).
Há, na geografia, lugares que se destacam, justamente por sua beleza outonal, como o Canadá, por exemplo, e, o que desencadeia esta beleza? Ora, o preparo para o inverno: o clima é ameno, as folhas mudam de coloração, caem, etc. Desta mesma forma, o corpo humano também obedece ao ciclo das estações quer nos apercebamos disto, quer não, e, a interface mais utilizada entre o ser humano e a natureza que o circunda é a pele. Desta forma, encaremos com naturalidade algumas singelas alterações que podemos observar no comportamento de nossa pele que está se preparando para um inverno.
Costumamos fazer uma associação equivocada entre calor e exposição às radiação ultra violeta. Esta confusão faz com que tenhamos uma tendência a abandonar o uso do filtro solar quando os dias se tornam mais amenos. Sentimo-nos confortáveis com roupas que ainda expõe nosso corpo (ainda não é inverno) onde pegamos aquele solzinho gostoso e necessário, mas como não sentimos o calor, tendemos ao descuido com o uso do protetor solar. Este equívoco cobrará seu preço na forma de envelhecimento precoce, degenerações benignas ou até mesmo malignas da pele a longo prazo (e, felizmente, a medicina tem prolongado nosso “prazo” e, para usufruir dele com plenitude, necessitamos mudar nossos conceitos e desenvolver nossa prevenção). O mercado é rico em variedades de formulação de protetores solares em associação com outros benefícios cosmetológicos. Existe, sim, um adequado a você.
O outono manda avisar, também, que hidratar a pele continua sendo indicado, mas, agora com moderação; bem moderadamente, diga-se de passagem. Reduzidos os efeitos do calor, dispensemos a hidratação rápida e freqüente; como ainda não estamos no inverno, também não necessitamos de produtos com veículo oleoso ou de efeito profundo e prolongado. Tal qual as vestes serão adequadas ao clima, da mesma forma, a dermato-cosmetologia se adaptará às mesmas circunstâncias.
Aos portadores de cicatrizes de qualquer origem e com poucos meses de evolução também cabe a lembrança que as variações climáticas intensas e bruscas provocam alterações no tecido cicatricial que a pessoa sente como “formigamento”, “repuxo”, “coceira”, dor leve, etc. São, no entanto, transitórias desde que o processo cicatricial evolua normalmente.
Seria dispensável, não fosse prudente lembrar que uma orientação específica, personalizada e adequada à sua condição pessoal somente será obtida mediante a consulta de um profissional habilitado e qualificado. Recomendamos buscar junto à Sociedade Brasileira de Dermatologia e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (ambas disponibilizam esta informação na internet), além de outras fontes de sua confiança, as referências para tal.