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Dicas de Câncer de Mama

Por Dra. Gabriela R. dos Santos - Médica Mastologista - CRM 24627

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL

A incidência do câncer de mama vem aumentando nas últimas décadas, sendo que 85% dos casos ocorrem em mulheres no climatério. 

Como a expectativa de vida está aumentando cada vez mais, as mulheres têm buscado uma melhor qualidade de vida na pós-menopausa, e com isso, tem surgido uma crescente busca pela reposição hormonal. 

Os benefícios com o uso de reposição hormonal na mulher pós-menopáusica são bem determinados: manutenção do trofismo vaginal, influência positiva na sexualidade, melhora nos sintomas vasomotores, melhora da função cognitiva e do humor. A médio e longo prazo se pode observar uma importante ação na manutenção da massa óssea com prevenção de fraturas osteoporóticas. 

Por um lado, temos situações em que a reposição hormonal pode melhorar a qualidade de vida, e por outro, temos questões que necessitam de respostas, especialmente em relação aos riscos do uso prolongado. 

Na prática clínica existem algumas limitações ao uso e à aceitação da reposição hormonal, como intolerância aos efeitos colaterais, incluindo o retorno do fluxo menstrual, retenção hídrica, dor mamária, aumento de peso, flatulência e cãibras. Importante ressaltar o risco oncológico para mama e endométrio, associados ao risco de tromboembolismo. 

O mecânismo de carcinogênese mamária é complexo e, se sabe que, os estrogênios são considerados os principais agentes estimulantes da proliferação celular mamária, estímulo que se torna ainda maior quando associado ao estímulo progesterogênico. 

Existem evidências consideráveis de que o risco para câncer de mama esteja relacionado com a função ovariana e seus produtos, os esteróides sexuais, e por analogia à terapia de reposição hormonal. 

O estudo WHI (Women’s Health Initiative) que estudou 16.608 mulheres com útero intacto, entre 50 e 79 anos, randomizadas para reposição hormonal ou placebo, foi interrompido em 2002, devido à constatação de aumento no risco total de câncer de mama no grupo reposição hormonal. 

Outro grande estudo denominado Million Women Study (um estudo de coorte, observacional, que estudou 1.084.110 mulheres do Reino Unido, entre 50 e 64 anos, entre 1996 e 2001), publicou em 2003 dados importantes entre a associação do câncer de mama e reposição hormonal. A incidência de câncer invasivo e de morte por câncer foi maior nas que estavam usando algum tipo de reposição hormonal.

O uso da TRH a curto prazo (dois a três anos), para alívio dos sintomas do climatério, parece não ter influência na câncer de mama. 

Mesmo com benefícios com o uso de reposição hormonal após a menopausa, não podemos esquecer suas incertezas e contra-indicações, devendo, portanto, cada caso ser individualizado, a fim de que a melhor decisão seja tomada.

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